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Grupo quer anular contrato milionário do Irmãos Penteado

O Conselho de Administração da Irmandade de Misericórdia de Campinas quer anular o contrato firmado com as empresas New City e Campinas 25 que prevê pelo menos R$ 500 milhões em investimentos, alegando que o acordo coloca em risco a sobrevivência da instituição. O negócio prevê a construção de um empreendimento comercial na área onde hoje estão instalados o Hospital Irmãos Penteado e a Santa Casa de Campinas, no bairro do Cambuí, um dos mais valorizados da cidade.
Pelo acordo, o espaço onde estão os hospitais será ocupado por um empreendimento comercial de grande porte: um shopping center e uma torre exclusiva para a instalação de clínicas médicas, entre outros equipamentos. Os hospitais seriam transferidos para uma área que ainda está sendo adquirida, próxima à Rodovia D. Pedro I. Do prédio existente hoje no Irmãos Penteado, ficaria apenas a fachada, que é tombada pelos órgãos de preservação do patrimônio histórico.
Em relatório aprovado no finalzinho do ano passado, o Conselho afirma que o contrato principal não só não atende aos interesses da Irmandade, como põe em risco seu principal ativo, que é o terreno de 25 mil m2 no Cambuí. Diz ainda que coloca em risco até mesmo a sobrevivência da Irmandade, “tendo em vista as drásticas condições previstas no acordo”, alerta o relatório.
De acordo com o relato, as correções e ajustes que se fazem necessários “são tantos e tamanhos” que se concluiu “que o melhor caminho é a realização de um novo contrato, ou até mesmo um novo certame”, concluem os conselheiros.
O documento foi entregue à diretoria, que agora vai deliberar sobre a recomendação. Entre os pontos problemáticos identificados pelos conselheiros, está o fato de o projeto aprovado pela Irmandade ser diferente do encaminhado para aprovação na prefeitura. Dizem ainda que a empresa Campinas 25 não ter apresentado documentação que ateste sua capacidade econômico-financeira. Além disso, não apresentou estudos que demonstrem as reais possibilidades do empreendimento. Diz o relatório que o retorno não será o esperado e que as garantias oferecidas são “altamente insuficientes”.
“O contrato foi aprovado por maioria de votos e recebeu parecer favorável do Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas)”, informaram as empresas, por meio da assessoria de imprensa. Para os investidores o acordo “cumpriu todas as exigências legais”. O projeto arquitetônico foi aprovado pelo órgão de preservação do patrimônio histórico no final do ano passado.
O grupo de investidores disse que prevê investimentos de R$ 500 milhões no empreendimento. Segundo ele, vai gerar cerca de mil empregos diretos e indiretos e, depois, na fase posterior de funcionamento, deve gerar mais 1.500. O cronograma apresentado pelos empresários trabalha com a possibilidade de concluir, em até cinco anos, as novas instalações hospitalares, o restauro dos prédios históricos que abrigam atualmente o Hospital Irmãos Penteado e a Santa Casa, e a construção do boulevard, com restaurantes e cafés, cercados por praças e jardins. São investidores as empresas New City Participações Ltda., Fact Enterprise FIP, Iron Capital e Jorge Felipe Lemann. (Metro Campinas)

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