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Financiamento imobiliário continua ruim, demonstra ABMH

A Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) contextualizou nesta semana que o financiamento imobiliário continua ruim. Para isso, ela usou informações da própria Caixa Econômica Federal para demonstrar que a concessão de financiamentos vinculados ao FGTS caiu 31,7% nos dois primeiros esses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para Vinicius Costa, presidente da entidade, o desemprego e a insegurança financeira no geral limitam o cidadão a tomar empréstimos por longos períodos, que podem chegar a 35 anos. “Para se ter condição de honrar com esse tipo de contrato, o mutuário deve ter em mente que sua condição financeira deve ser estável, passando, obrigatoriamente, por um emprego estável”, diz. “Como se sabe, hoje os imóveis são tomados facilmente pelos agentes financeiros e, inclusive, pode haver cobrança de saldo remanescente. Essa somatória de fatores – ausência de estabilidade de emprego e possibilidade prejuízo – acabam criando uma educação financeira forçada no cidadão”, completa.

As condições contratuais também pesam, pois, ao financiar um imóvel com um banco, o cidadão pode, ao final, pagar equivalente ao dobro do valor do próprio imóvel. “Como isso se torna praticamente impossível de se recuperar em negócio futuro, muitas pessoas deixam de adquirir imóveis com os bancos que operam no SFH e SFI para procurar outras formas, como consórcio e permuta de imóveis de mesmo valor”, observa.

Para ele, portanto, mesmo que o mercado imobiliário esteja em ascensão, dificilmente irá atingir os tempos áureos vividos no auge da construção civil. “Com todas as crises enfrentadas recentemente, é de se esperar que o mercado reaja com cautela e que os números tendam a ficar inferiores ao esperado, isso porque o consumidor naturalmente agirá retraído com medo de passar por algo que já passou ou experiência ruim que algum conhecido tenha vivenciado no mercado imobiliário”, conclui Vinícius Costa.

 

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